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“O quê? Mais um email sobre o dia dos namorados? Baahhhh… que enjoo!”
“Mafalda, mas eu nem sequer tenho companheiro/a…”
“Pois… era bom, mas nem tenho tempo para pensar nisso.”
É claro que, se estiver num relacionamento amoroso, pode, E DEVE aproveitar cada oportunidade para celebrar o Amor.
Mas hoje venho convidá-la/o a fazer um exercício diferente.
Hoje peço-lhe para refletir uns minutos sobre o relacionamento mais importante da sua vida: consigo mesma/o!
- Há quanto tempo não olha para si com atenção?
- Há quanto tempo não cuida de si como merece?
- Há quanto tempo não faz algo de verdadeiramente importante por si?
- Há quanto tempo se deixa ficar no final da fila, cuidando de todos e descuidando-se a si mesma/o?
É claro que é necessário, e absolutamente louvável, que cuide dos outros, não me interprete mal.
Nunca me passaria pela cabeça deixar de cuidar dos meus filhos e netos, do meu companheiro, da minha mãe, dos meus irmãos, cunhadas, sobrinhos, dos meus amigos. Mas, se o fizer ao preço de não me nutrir a mim própria, estarei a pagar um preço demasiado alto, e não vou prestar nem um bom serviço aos outros, nem a mim.
Durante a maior parte da minha vida acreditava que cuidar de mim era uma forma de egoísmo. Hoje sei o quanto estava errada. À conta dessa crença, tornei-me uma completa desconhecida… de mim.
Não fazia ideia de quem era, de que era importante conhecer-me, descobrir-me, perceber que eu também tinha as minhas carências, os meus vazios emocionais, as minhas dúvidas existenciais, dores e feridas que carregava comigo sem saber que tinha a possibilidade de havia a possibilidade, não só de as curar, como entender que todas essas dores, feridas, fantasmas e medos faziam parte do caminho da minha Alma.
Até que, aos 40 anos, como muitos de vós já sabem, o meu corpo, que é muitíssimo inteligente, disse: “BASTA, Mafalda! Se não percebeste a bem, se não entendes que precisas mesmo de olhar para ti, e por ti, pode ser que agora abras os olhos, com um desafio físico.”
E foi assim que o meu cancro de mama me “obrigou” a iniciar o meu caminho de autoconhecimento e, com ele, recebi de presente o grande Amor que até ali desconhecia: o Amor por mim.
Amar-me, ouvir-me, respeitar-me, conhecer-me, descobrir os meus dons e talentos e colocá-los ao serviço, é a razão pela qual estou aqui, hoje, a celebrar este Amor consigo. É por Amor que faço o que faço. Entendi que este dom do Amor por mim é tão forte, tão importante, traz-me tanta Paz de Espírito, me ajuda a Amar os outros ainda mais, a cuidar deles com maior eficácia, que não podia deixar de o transmitir a todos os que me têm procurado, e vão continuar a procurar, para tornarem as suas vidas mais doces, com mais propósito.
Consciência, é a resposta. Ser consciente de si, de quem é, da sua história, dos seus dons e talentos, da pessoa em quem se quer tornar.
Então, desafio-a/o a celebrar o Amor por si, hoje!
Com Amor,
Mafalda
P.S. Se desejar, fale comigo aqui